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Medo das ruas

Não se vê ninguém na rua . Ali sim somos passageiros, nada repousa nela: que é lugar de trânsito e outros traços da vida moderna. Ela é o lado de fora, o que rodeia o mundo, é o outro lado oposto do que há dentro dos prédios e vidros da cidade. Não há vitrine da rua. Nem aconchego pra solidão dos passos. Há praças sim e passeios outros, mas não estão na rua,  além das calçadas não há mais rua. É um lugar soturno e boêmio, de corrida e treinos, mas nunca deveria ser de repouso... Mas na rua tem quem durma e quem acorde, não são moradores de rua como dizem, são pessoas sem casa, sem teto e sem quem as ame o suficiente para abrigar, que a rua não abriga - obriga. Na rua não há leis senão a do mais forte, do mais rápido e da fome. Não há vergonha nisso, se você não se envergonha de ver, ignora ou foge é p...

Medo das ruas

Nas ruas não há ninguém. Ali somos passageiros, nada repousa na rua: que é lugar de trânsito e transeuntes. Ela é o lado de fora que rodeia o mundo, é o outro lado que há dentro dos prédios e vidros da cidade. Não há vitrine da rua. Nem aconchego pra solidão dos passos. Há praças sim e passeios outros, mas não estão na rua,  além das calçadas não é mais rua. É um lugar soturno e boêmio, de corrida e treinos, mas nunca deveria ser de repouso... Mas na rua tem quem durma e quem acorde, não são moradores de rua como dizem, são pessoas sem casa, sem teto e sem quem as ame o suficiente para abrigar, que a rua não abriga - obriga. Na rua não há leis senão a do mais forte, do mais rápido e da fome. Não há vergonha nisso, se você não se envergonha de ver, ignora ou foge é porque a rua te fez assim...

Temporal

As vezes tem disso... De corrermos tanto contra o tempo e não alcançarmos nosso destino, pelo contrário o tempo nos distância daquilo que queremos. Nessas horas o relógio engata a marcha lenta e as horas parecem dias e os dias não tem fim. Achar ter consciência do tempo é, pela natureza relativa desse, um equívoco,  porque queremos controlá-lo como num relógio.  Mas nos não somos máquinas e o tempo age de maneira única em cada um. Somos uma peça composta de várias partes.  Cada ser é constituído por moléculas que se arrajam de acordo com sua história e pelo movimento natural do caos ao seu entorno. As vezes, quando alguém se perde no caminho, quando se desvia de seu trajeto ou mesmo quando é interrompido com a morte percebe quão inúteis são as preocupações com o tempo, aos poucos tudo repousa e torna-se parte do todo que o cercava... Ar...

Pó de...

Não,  nada de poder Não quero poder Poder pra que? Poder o quê? Muito pode quem se sacode Que servir ao poder é não poder nada Que nada come quem obedece À fome do poder Enquanto isso na terra Guerras de foice e espada E nesse pode e não pode Todos nós viraremos pó de nada.

Num canto qualquer

A biblioteca é uma câmara secreta Cada livro ali contido Sem chaves ou segredo Constitue uma janela aberta Este lugar que é público e eterno Hora no apogeu da civilização Noutra relegado ao esquecimento Tem a memória do próprio tempo Mais que uma coleção de livros Nela se encontram sistemas planetários Nebulosas e buracos negros Cada janela agora aberta Aciona um buraco de minhoca Que nos leva imediatamente Num caminho sem volta Pra que serve isso então? Serve para servir... A mim de um jeito e a você de outro E para aquele que escreveu Serve para nunca estar morto.

Exit

Tudo que existe hesita Carapanã, menino, árvore Mas nesse mundo Há tempo de tudo Inclusive do êxito.

Pra ladrar

Sinto uma fome eterna Me falta algo Um sabor qualquer Que procuro Diuturnamente.