sinal


Mais um fim de semana em macapá, e todos esperam o dia acabar, para fugir das luzes, das pessoas, das ruas, de si próprios. Ainda era sábado quando saímos, na praça toda graça das mesmas pessoas de tanto tempo, que de tanto tempo já não são as mesmas, perto na lembrança e levadas pelo vento. Mas é julho e em frente ao amazonas é saudade que abraça a recordação de outras noites como aquela (únicas). Cada ser só ali é um pouco dessa cidade, que arde soturna nas madrugadas de chuva, que amanhece de luto: óculos escuros e olhares compenetrados, em cada suicída que segue a estrada sem fim de viver aqui, mesmo que só esse mês... Já não é mais sábado, e a semana começa bem no meio de nós humanos na praça que se desembaraça e começa a esvaziar. Somos viajantes, passageiros do trêm que passou e ningém viu, vamos aonde não se pode pedir desculpas, eis que não há erros, na natureza fechada o peito que em pequenas doses se comove de alegria e chega ao ápice da dor na ausência completa dela, a estaca bate no oco das cabeças inertes em corpos dançantes, toda energia contida vira luzes coloridas entre folhas ao chão e a gente feito bolinhas pingando em batidas dispersadamente, dentro do som tem um túnel, a luz , que se mexe dentro de mim e vai pra outro lugar, no lado inverso da pupila se esconde mas não existem lugares secretos que não se descubra feitos para um bom mergulho... e a lua, leve, nua energia esculpida pelas nuvens... pelos olhos névulos... abra os olhos... sem que nem por, seja lua e descanse sobre uma nuvem, mas não pare, com a música a linguagem do corpo, pula feito louco, esquece o tempo e tantos outros números sem sentido ou com sentido, fez sentir-se som-azul do chão-cru e suor passeando por seus contornos, soa sombra debaixo dos pés, sobra de tudo que restou, nada de concreto, abstração andante sem rumo, sabe o caminho que não leva, mas traz, o vento faz plainar nu cosmo... noutro lapso atemporal de ser nada, com o corpo embebido na água doce de prazeres flutuantes... Respiração dos ouvidos, silêncio da mata. Abro os olhos e é verde a relva estampada no azul celestial, projetando-se do tronco preso ao chão pelas raízes da mente...Somos diferentes distantes, iguais agora, ainda sinto que não existe elo entre o que foi e está sendo, é a mesma luz sobre minhas palpebras passando em flahs initerruptos... anjo doutra hora traz na mão uma memória... "restart" (inda ouço o dilatar do corpo no pensamento) e tudo novo navega entre as batidas e os pés descalços...Nem tudo é possível dizer, a estrada não tem fim e o esse ser emana apenas o ínico...

Comentários

Anônimo disse…
Nunca fui muito exigente pra textos. Mas gostei bastante deste. Tambem nao li os outros daqui, pura preguiça.


um grande abraço.
Anônimo disse…
Ô rapá, a gente precisa interagir mais nesta esfera blogueira! O texto tá muito legal. Por onde andas?

Há braços!!!
Anônimo disse…
Senti lágrimas

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