Encantado


"Já que você, não está aqui,

o que posso fazer é cuidar de mim.

Quero ser feliz ao menos.

Lembra que o plano era ficarmos bem...

Bem, olha só o que eu achei"


Era noite e os seres cintilantes preparavam-se para o trabalho, o universo já estava a par da conspiração e deu seus sinais, nem entendi... Só quando já estava dissolvido nas ondas formadas pelo pranto lunar, suspeitei que uma estrela brilhou para mim e se jogou na Terra, iluminando os sentidos ocultos.

E é sempre lindo o céu nessas tardes que o ano começa a nos fazer novo. Foi a primeira vez que vi a lua, tão sutil quanto um sorriso tímido da tarde que na sua displicência de cores cede lugar a noite... daí a lua foi descendo e logo previ que tudo seria muito maior.

Rio, igarapé... toda água me enche de energia. Acho que já fui peixe,"como pode?" A sensação de flutuar, estar inerte no fluido da essência de folhas que corre cortando a floresta, sentir-se parte disso é como, de fato, ser - transcender ao desconhecido. Foi quando vi a lua entre as jussáras, inda consigo com a mesma nitidez do som que o vento provocava nas árvores.

As mesmas pessoas de tanto tempo, que com tempo souberam aonde se deve estar, pra onde voltar. Não a mesmas, nem eu mesmo, como nunca outros, principalmente pra mim, acho. Então a casa se encheu de som, folhas na brisa da madrugada, brincando jogos infantes, fazer comida... amanhecendo para dormir.

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