Sangria

Enquanto pratico a doação, minha razão se perde ante as pancadas de chuva lá fora, não é meu ânimo o tempo, meu momento é o agora. Aquele que receberá este sangue, nem imagina a estrada deste sumo, que se encarrrega como pode de sustentar minha ossada neste dado rumo.

Sei que é preciso doar-se, que cada geração tem uma sina, tarefa renegada por muitos, mas que a minha vida aos poucos ensina... Ser responsável é assumir o Mundo, feito Atlas, salvo a proporção, em cada ação fazer a diferença ou ser o diferente.

Por outro lado a indiferença nunca sairá de moda, nem o consumo desmedido e nem essas roupas estranhas. Cada qual ao seu modo tenta aparecer mais e acaba desaparecendo, sendo na multidão um ponto de continuação, quando em três são reticentes.

A grande irônia disso é sabermos quais problemas a humanidade enfrenta e quais suas supostas razões e soluções e mesmo assim parece que ninguém se responsabiliza. Parece que antigamente, nas eras mais românticas e menos lógicas, havia algum sentido lutar por um ideal.

Talvez seja esse o mal do século e quem sabem o motivo de tanto fundamentalismo - desiquilibrando a balança do destino desses animais racionais, ao ponto de esquecerem da razão em busca de um sentido pra vida que acabam encontrando na autodegradação.

Que seja, sempre haverá a esperança que alguém conserte tudo enquanto assistimos um filme sobre o fim dos tempos comendo algo saboroso e pouco saudável ...

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