nada

Na sombra sou sol Na brisa me sobra tempo Em outro momento desperdício do próprio esquecimento... Quantas moedas fazem-nos ricos? Nem mesmo o infinito Que cada dia a ampulheta com pó de ouro se esvazia E o revés se inicia Mas sem se dar conta Que não há conta a pagar Senão os pesares De ter deixado o momento único Sem ter si dado por inteiro Como rico verdadeiro.

Navego num mar de dúvidas Com uma única certeza: O destino A bússola é o brilho dos teus olhos Que hora acendem, hora cessam Contra dragões e monstros marinhos Seguimos em busca dessa promessa Sem suspeitar por um instante Que nosso objetivo não era O que se pensava Senão o próprio caminho.

Minha vida é uma obra dadaísta Não sou artista... Tal vez um editor barato Recortando folhetins Componho canções E imagens alheias Profissão de fé Ensinar... Escondendo pequenas alegrias Vivo intensamente Cada dor que se apresenta Como se fosse a única Forma de resistir E amar...

Do ocaso a aurora Versa e vice Espero Áspero, como o cimento cru Frio como o tempo Fome de vento Dias, meses, anos Uma vida, duas ou três Tudo se repete E o presente permanece guardado...

Na manhã, pacientemente Viajo ao revés do instante Sou luz e sal Fragmentos, sono de argila Profundo e transparente caos Parto sob medida Música de folhas secas e sombras Silêncio de sábado Acaso que cede Chuva...

Um pai quadrado Pé de jambeiro Raizes nortistas Tal vez artista Talves Pedreiro Brasil, brasileiro Meus filhos Ama-Paz Minha vida Segue Somos, outra vez, cinco Em casa, no hospital, na rua O que o futuro tece? Sonhos ao mormaço do entardecer? Chuva e edredons? Não importa O que vier, será bem vindo Que tudo é lindo quando se ama.

"   vento trás... águas lavam vida feridas ao sol, cancioneiros do tempo Dentro de mim habita um segredo, nem eu sei o que de fato significa, mas escuto como um sussurro de que há muito além... Sou tomado por uma sensação de Paz, de conforto - como numa música solene, um rio manso de águas levemente frias, acolhido pelas folhas de árvores generosas. O mundo não nos pertence nem pertencemos a ele... somos pois a parte deste todo que não sabe o que fazer. "... Agora sei que Os meses passam Esperamos O nascer dos dias, florescer das tardes e o brilho da Lua Tudo em nós é Luz, vida e esperança Se saiu, deixo mil beijos, que cada vez que me distancio, fica parte de mim convosco Toda minha fé e todos os desejos contigo ... Amo-tes